Os parabenos ainda são muito presentes na indústria cosmética e os impactos sobre a saúde humana do uso de produtos que contêm essa substância é um tema bastante polêmico, sendo constantemente relacionados ao desenvolvimento de algumas doenças, como câncer de mama. Mas, afinal, os parabenos são seguros ou não? Confira!
Primeiramente, vamos entender melhor o que é esse tal de parabeno.
De acordo com o Food and Drugs Administration (FDA), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo dos EUA, o parabeno é uma classe de compostos químicos utilizados como conservantes, para proteger as formulações dos produtos da proliferação de fungos, bactérias e prolongar sua vida útil.
Os tipos de parabenos mais comuns são o metilparabeno, o propilparabeno, o etilparabeno e o butilparabeno.
Segundo o FDA, entre os produtos cosméticos que podem conter parabenos estão maquiagens, desodorantes, hidratantes, loções, esmaltes, óleos, produtos para o cabelo, perfumes e até mesmo cremes de barbear.
PARABENOS SÃO SEGUROS?
O principal motivo da discussão sobre os parabenos é deles serem ou não carcinogênicos, ou seja, causarem câncer. Todo esse reboliço sobre o assunto começou após uma série de e-mails virais que informavam que o uso de desodorantes estaria ligado ao desenvolvimento de câncer de mama, com base em uma pesquisa realizada em 2004, que correlacionava o desenvolvimento de câncer de mama com os xenoestrogênios fracos (parabenos), encontrados em desodorantes.
Entretanto, tanto a Sociedade Americana de Câncer (ACS), quanto a Agência Internacional pelo Estudo do Câncer (IARC), que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmam que não existem provas contundentes que possam relacionar os compostos químicos parabenos com o desenvolvimento de câncer.
Dessa forma, a segurança dos parabenos já foi revisada diversas vezes por entidades de renome e especialistas na proteção da saúde pública, que atuam analisando e avaliando a segurança de ingredientes utilizados em produtos cosméticos e de higiene.
E em setembro de 2018, a Cosmetic Ingredient Review (CIR), que contém especialistas nas áreas de demartologia, toxicologia, química, direito de proteção ao consumidor e especialistas em saúde pública – todos de renome internacional – realizou a mais recente deliberação científica, onde examinou a segurança dos parabenos.
A partir dessa análise, foi emitido um relatório preliminar constando que os vinte ingredientes na tabela abaixo são seguros de serem utilizados em cosméticos, dentro das atuais práticas de uso e nas concentrações descritas na avaliação de segurança.
O consenso dominante entre os cientistas que realizaram a avaliação de segurança, globalmente, é que os dados disponíveis não comprovam riscos relevantes a segurança dos cosméticos, dentro das concentrações de uso.
Apesar da generalizada má fama dos parabenos, esses ingredientes possuem uma longa história de trabalho em meio a um grande número de tipos de produtos, incluindo cosméticos, alimentos e medicamentos.
Isso nos faz recordar a famosa frase de Paracelsus, na imagem ao lado, que nos alerta que, ao classificar a periculosidade de qualquer ingrediente, ou seja, em tóxico ou não, beiramos a imprudência. Em vez disso, uma abordagem racional e com base científica sobre a segurança deve incluir uma avaliação de risco, indicar fatores atuantes como concentração de uso, via de administração e duração da exposição ao ingrediente.
Se pensarmos sobre o ponto de vista de risco, até mesmo a água e outros componentes essenciais a vida podem ser irracionalmente considerados de risco, desde que sejam usados sob certas condições como, por exemplo, ingerir mais do que 100 litros de água por dia. Essa quantidade, teoricamente, poderia causar danos irreparáveis ao organismo humano. Já por outro ponto de vista muito mais racional sobre a abordagem de risco, é muito claro que esses compostos químicos são essenciais e não representam perigo a saúde humana, sob determinadas condições de uso, por exemplo, ingerir oito copos de água por dia.
O mesmo procede para o uso de parabenos na vida real, a exposição aos parabenos deve ser considerada dentro de limites de segurança. E a análise da CIR usa exatamente essa abordagem de base de risco na vida real para avaliar a segurança do ingrediente cosmético.
Nesta deliberação cientifica também foi discutido as preocupações sobre o potencial de bioacúmulo dos parabenos, onde compostos químicos lipossolúveis como os parabenos podem distribuir-se pelos tecidos, apesar do metabolismo.
Estudos recentes demostraram a presença de parabenos em diversos tecidos humanos, entretanto não é certo que eles se acumulem nesses tecidos pela vida toda, visto que ao serem aplicados sobre a pele humana, os parabenos são metabolizados, transformando-os em ácido 4-hidrobenzoico, que é considerado seguro sob as típicas condições de uso. Além disso, de acordos com os dados colhidos, não há evidencias que sugere uma ligação casual entre a exposição a parabenos e alguma doença ou alguma outra condição adversa de saúde.
Embora a exposição a parabenos sejam atribuídas a alimentos, medicamentos ou a outras fontes, modelos refinados de exposição agregada sugerem que os produtos cosméticos são uma fonte importante de exposição tópica a parabeno, entretanto, os dados também apontam que a exposição a esses ingredientes, nas condições em que são aplicados em cosméticos é muito baixa.
Muito foi discutido quanto a afirmação que a exposição a parabenos causados por produtos cosméticos para higiene feminina podem causar danos irreparáveis ao espermatozoide e podem impossibilitar a fertilização das usuárias. Porém, de acordo com os inúmeros ensaios projetados para comprovar essa teoria, os resultados encontrados não chegaram a demostrar efeitos significantes.
Mesmo em concentrações de uso mais elevadas e sob a estimativa irreal de que os produtos de cuidado pessoal são usados diariamente e todos eles contem parabenos, e de que os consumidores usam ao mesmo tempo todas as categorias de produtos com parabenos, a margem de segurança conservadora desses produtos protege os consumidores, ou seja, não causam danos ao consumidor. E os testes realizados confirmam essa conclusão.
Outro fator que contribui para a segurança é o controle sobre a quantidade de parabenos presentes em cosméticos ser bastante rígido. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu como limite as concentrações máximas de 0,4% de cada parabeno e um máximo de 0,8% de parabeno total no produto cosmético.
Mas, aos poucos, as marcas estão adaptando suas formulações e eliminando os parabenos dos seus produtos, entretanto ainda é grande a quantidade de produtos fabricados com esses conservantes.
Dessa forma, apesar de todos os testes realizados não comprovarem que o parabeno cause riscos a saúde, a escolha sobre consumir ou não produtos que levem parabenos em sua composição é exclusiva do consumidor, mas, na existência de alternativas, é sempre prudente não correr riscos.
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