O número de mulheres e homens que colorem frequentemente seu cabelo aumenta cada vez mais. Afinal, o milenar hábito de colorir os cabelos acompanha e marca várias fases da vida, desde a adolescência até a maturidade. Portanto, conheça os tipos de coloração capilar, tendências e os desafios das formulações. Não Perca!
Repaginar o visual é um prazer compartilhado por pessoas de diferentes gerações e estilos. Seja uma cor clássica, vívida, suave ou fantasia, elas são uma poderosa forma de expressão, de afirmação de estilo e personalidade, de autoestima.
Mas será que no momento atual estamos mais propensos a aderir mechas coloridas ou a voltar ao tom natural?
Favorecidas pelo momento, que encoraja a experimentação, os fios em cores fantasia, sejam tons vibrantes ou discretos, fazem cada vez mais sucesso nas ruas e redes sociais, pois adicionam um toque de vida e estilo mais ousado e irreverente ao visual. As tonalidades naturais, marrons, cobres leves, loiros mais discretos e tons mais suaves também estão em alta, pois remetem a leveza, hábitos simples e a calma e felicidade, como o rosa pastel, um tom em crescente popularidade.
Assim, mudar a cor radicalmente ou realçar a cor dos fios é um ato praticado há milhares de anos, como encontrado nos cabelos de múmias egípcias coloridos com henna. Logo, a mudança mais suave ou radical com cores divertidas e inusitadas depende, única e exclusivamente, do que a pessoa sente e deseja no momento.
Com a atual pandemia, a maioria de nós aderiu a um estilo confortável em casa, com pijamas e peças de moletom, pouca ou nenhuma maquiagem e cabelos mais livres. Assim, 2020 tem proporcionando um reencontro com nosso “eu” interior.
Menos idas nos salões e o compromisso de ficar em casa, reforçou o uso doméstico de tinturas de fácil aplicação, dessa forma muitas mulheres aprenderam a colorir o cabelo e estão preferindo colorações mais próximas da cor natural do cabelo, outras apostam em mechas iluminadas, que não precisem de muita manutenção, já algumas mulheres estão assumindo os fios brancos.
Mas apesar da valorização da naturalidade, as cores vivas e intensas também ganham espaço como forma de escapar da “montanha–russa emocional” da atualidade. Aliado ao movimento “Faça Você Mesmo – DIY”, a busca por kits de coloração fáceis de usar, que garantem a vivacidade da cor por mais tempo, que não danifiquem os cabelos e os deixem com a aparência de ‘acabei de sair do salão’ fez com que crescesse o uso de colorações com cores fantasia.
Assim a praticidade uniu-se à naturalidade e a irreverência, por isso no “novo normal”, há uma forte demanda por resultados que aliem cor luminosa, aparência saudável e a busca por colorações formuladas com ingredientes naturais, e linhas que ofereçam novas cores e reflitam ao máximo a personalidade do cliente.
Portanto, não fique de fora do poder das cores, pois a indústria cosmética está impulsionando inovações ao aliar tecnologia a criatividade, tornando o processo de mudar a cor dos cabelos cada vez mais prático e seguro para a saúde dos fios.
TIPOS DE COLORAÇÃO PARA CABELOS
Antes de entrar nos tipos de tinturas para cabelos, vamos entender sobre a estrutura e como se dá a coloração natural do cabelo.
A fibra capilar é composta por cutícula, córtex e medula. A superfície mais externa do fio de cabelo é uma série de escamas rígidas superpostas, coletivamente denominadas cutícula que atua como uma camada protetora. É a sua estrutura que percebemos ao tocar nos cabelos.
O córtex é rodeado pela cutícula e contém a maior quantidade de massa da fibra capilar. Ele é responsável pelas propriedades mecânicas do cabelo, como resistência, rigidez, etc. As impressionantes propriedades mecânicas dos cabelos são consequência de sua complexa arquitetura interna. Portanto, qualquer alteração dessas propriedades pode ser consequência de alterações estruturais. O córtex também contém o pigmento natural do cabelo, a melanina. Essencialmente, existem dois tipos de melanina: a eumelanina, cuja cor varia do marrom avermelhado ao preto, e a feomelanina, com gradação do amarelo ao vermelho. Em geral, o cabelo tem os dois tipos de melanina.
Por fim, a medula está localizada no centro da fibra capilar. Acredita-se que sua função seja atuar como um reservatório de melanina e esteja relacionada com o brilho da fibra capilar.
Como vimos, o pigmento que dá a cor natural dos cabelos é chamado de melanina. Dessa forma, a cor natural do cabelo é consequência das proporções relativas de eumelanina/feomelanina e da quantidade total de melanina presente no cabelo. Cabelos escuros e castanhos apresentam grande quantidade de eumelanina e cabelos loiros e ruivos grandes quantidade de feomelanina. Somente o cabelo completamente branco não contém qualquer tipo de melanina, visto que o branco é a cor real da queratina sem a influência da melanina.
Caso queira esconder os fios brancos, restaurar a cor original ou mudar a tonalidade dos cabelos é necessário utilizar tinturas especificas.
As tinturas capilares podem ser permanentes, semipermanentes, demipermanentes ou temporárias e ter apresentações variadas, como gel, creme, mousse, pó e shampoo.
1 – Coloração Permanente: A estrutura da cutícula permite sua abertura através de reagentes químicos. Neste processo, é utilizado o reagente amônia ou outros agentes alcalinos para inchar o cabelo e através de pequenas fendas entre as escamas do cabelo é possível intercalar as pequenas moléculas do corante artificial, em um processo de oxido-redução.
Os percussores dos corantes começam a penetrar na cutícula mesmo antes de terem reagido completamente, o que explica a coloração inicial mais clara e o tempo de espera para que a cor definitiva se desenvolva.
Normalmente, o método mais utilizado para obter a coloração permanente é por meio de oxidantes fortes, como a água oxigenada, que possui várias funções neste processo, entre elas:
A maioria dos produtos é vendida em duas formulações inicialmente separadas que devem ser misturadas no instante da aplicação:
Dessa forma, o peróxido de hidrogênio (agente oxidante) é responsável pela oxidação dos corantes, ou seja, por revelar a cor dos cabelos e a amônia (agente alcalinizante) promove a abertura das cutículas facilitando a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio.
As colorações permanentes são formadas por corantes intermediários e acopladores, que funcionam como corantes apenas depois de oxidadas, ligando-se aos acopladores e produzindo a cor desejada. Os corantes permanentes são produzidos de modo a ter longa duração e suportar o processo de lavar, escovar, pentear, friccionar e expor os fios à luz solar, dentre outras ações. É um processo irreversível, onde a cor vai sendo “desbotada” lentamente, com o tempo.
2 – Coloração Semipermanente: Também chamada de tonalizante, a coloração semipermanente tem ação na superfície externa dos fios, a cutícula. Os corantes são moléculas de baixo peso molecular que podem acomodar-se, em partes, entre as camadas da cutícula e chegam ao córtex.
Como esses corantes não se espalham completamente através da cutícula para o córtex, retornando novamente para fora, ou seja, não são capazes de penetrar o córtex, sua durabilidade sobre os fios é menor. Dessa forma, ao lavar os cabelos os shampoos os remove gradualmente. Em geral, eles saem do cabelo com até a 20 lavagens, em média.
Os produtos semipermanentes não contêm amônia, mas pode ter pouco ou nenhum revelador, isto quer dizer, agente oxidante – água oxigenada, de 8 a 12 volumes, já que, nesse tipo de formulação não se deseja o clareamento, mas sim o tom sobre tom ou o escurecimento.
Portanto, é um produto recomendável para quem tem cabelo muito fino ou danificado. Entretanto, pequenas diferenças de tonalidade ao longo dos fios são inevitáveis, pois é devido a sua inomogeneidade que o cabelo fica com uma aparência mais natural, em comparação a cor sólida de uma coloração permanente.
3 – Coloração Demipermanente: Os corantes utilizados são basicamente os mesmos usados na coloração permanente. A diferença está no agente alcalino utilizado para abrir as escamas da cutícula: ao invés de usar amônia, usa-se reagentes mais suaves como a etanolamina ou carbonato de sódio. Além disso, as colorações demipermanentes contém menos água oxigenada, já que seu papel é apenas revelar o corante e não destruir o corante natural do cabelo.
Contudo, com este tipo de coloração pode-se obter apenas colorações mais escuras, mas não mais claras, visto que os agentes alcalinos são menos eficazes do que na coloração permanente. Entretanto, essa técnica ataca menos a estrutura do cabelo, sendo menos estressante para o cabelo do que a coloração permanente.
As vantagens dos demipermanentes em comparação com as tintas permanentes são sutis, mas podem ser muito apreciadas pelo consumidor:
4 – Coloração Temporária: Os corantes possuem elevado peso molecular, portanto não são capazes de penetrar a cutícula. Dessa forma, os corantes que já têm cor, apenas se depositam sobre a superfície do cabelo, por afinidade de carga, sem precisar reagir com um oxidante para que a cor seja revelada
Após a lavagem o corante sai completamente, porém se o cabelo estiver muito danificado e quebradiço, alguma parte do corante pode se acomodar nas pequenas fendas por mais alguns dias e o processo de retirada pode demorar mais que o usual.
DESAFIOS PARA FORMULAR COLORAÇÃO PARA CABELOS
Os maiores desafios para essa categoria de produtos é a estabilização das fórmulas, o atendimento das demandas de cores dos clientes finais e o lançamento de inovações em tratamentos capilares.
Tinturas permanentes necessitam de um cuidado maior para não causar alergias, ter uma cor uniforme e não ter reações indesejadas. A produção e o envase também requerem atenção especial, bem como o cuidado com o pH, para que os itens da formulação não sofram oxidação prévia, nem sofra alteração na cor.
Outro ponto crítico na formulação está na mistura dos corantes. É necessário realizar cálculos estequiométricos para garantir que a proporção de base e acoplador seja igual (1:1) e não haja base livre no produto final.
Nas formulações de colorações semipermanentes e temporárias é necessário conferir se possui boa durabilidade e se o desbotamento é uniforme após as lavagens. Tinturas temporárias catiônicas também precisam de controle de pH, preferencialmente de 5 a 6, para maior deposição do corante e para que não haja competição com outros agentes da formulação.
Para o desenvolvimento desse tipo de produto, são utilizados corantes diretos, que não necessitam de um processo reativo para apresentar a cor. Nesse sentido, o fator crítico é verificar os pesos moleculares de cada corante e, se possível, mesclar corantes diretos de pesos moleculares diferentes, a fim de compensar variações da superfície capilar.
Além disso, um mesmo corante direto pode produzir resultados variados quando utilizado em meios diferentes, ou seja, as variações de cor podem ocorrer utilizando o mesmo corante, se a base for alcalina ou ácida.
Para tinturas temporárias, os cuidados em relação à escolha dos pigmentos, bem como a escolha de tratamentos de superfície que proporcionem maior adesão e a adição de formadores de filme, ajudam na performance do produto.
Por fim, os consumidores estão cada vez mais buscando por produtos desenvolvidos especialmente para as suas necessidades. Assim, entregar produtos e tratamentos customizados é a chave para conquistá-los. Portanto, aproveite todas as oportunidades de personalização!
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