SEM REGRAS PARA A BELEZA

Alguma vez você já teve medo de ser você mesma? De se vestir, se maquiar, ter o corpo ou o cabelo de acordo com os seus gostos?  Bem provável que sim. A séculos, desde de pequenos, somos bombardeados com padrões que ditam regras sobre a beleza. Mas isso está mudando! Estamos vivendo um movimento onde não tem regras para a beleza, onde as mulheres reais são celebradas, movimento este que está descontruindo padrões e gerando identificação. Portanto, não deixe de saber mais sobre esse movimente e empodere-se. Permita-se uma beleza sem regras!

Hoje, vemos que as definições dos padrões de beleza estão em xeque e nos trazem reflexões sobre aspectos culturais e sociais que necessitam ser discutidos, como o empoderamento feminino e a atenção à autoestima, a valorização da naturalidade, os debates sobre as questões de gênero, a visibilidade do público LGBTQIA+, o fortalecimento da moda plus size, as discussões sobre quebra de paradigmas nas passarelas, a presença maior de negros em campanhas de produtos de beleza, dentre outros.

Devido a esse movimento de valorização das características que nos tornam únicos, podemos perceber nas tendências de moda, na publicidade e na vida real que as marcas e os consumidores estão se abrindo cada vez mais para o novo e para o diferente, indo além do óbvio e destacando a diversidade – de estilos, corpos, etnias, gêneros…

Os produtos passaram a focar no comportamento das pessoas, ao invés de simplificarem seres humanos complexos em rótulos baseados em apenas um de seus aspectos. E assim, estamos passando a trocar o “não pode” por aquilo que faz a gente se sentir melhor, mais bonito, respeitando o nosso próprio estilo e a nossa individualidade, tornando o diálogo com o espelho cada vez mais interessante.

Mas, para chegar a essa essência, é fundamental ter a clareza sobre a diferença entre diversidade e representatividade. Muitas pessoas pensam que esses conceitos têm a mesma definição, mas na verdade, eles são complementares.

Representatividade é sobre quando somos capazes de nos reconhecer em algo, dando visibilidade às diferenças. Já na diversidade, as pessoas são incluídas em diferentes organizações, refletindo a pluralidade da realidade social.

Apesar de muitos deslizes, o mercado já está começando a entender que a percepção de beleza é plural, e que é preciso se conectar com as massas que, por sua vez, possuem gostos e aspirações diversificados. Afinal, o consumidor de produtos de beleza é mais do que uma geração, ou um gênero – ele é um indivíduo”, como diz um trecho do estudo “Tendências Globais em Beleza & Cuidados Pessoais 2018”.

 

COMO O CONCEITO DE BELEZA SE TRANSFORMOU AO LONGO DOS SÉCULOS?

 

O que é beleza?

No dicionário, beleza é definida como um substantivo feminino que expressa a qualidade do que é belo ou agradável.

Porém, ao olhar para a história, é possível verificar que o conceito de beleza é mutável, subjetivo e depende do contexto histórico, social e cultural em que está inserido, ou seja, é variável de acordo com a cultura e opinião pessoal.

Entretanto, o conceito de beleza é retratado há muito tempo, seja nas pinturas da nobreza ainda na época feudal como nas estátuas gregas, que demonstravam simetrias humanas perfeitas.

A primeira tentativa de padronização da beleza humana de que se tem registro parte da Grécia Antiga (tanto que a palavra estética tem origem grega e significa compreensão pelos sentidos), onde o modelo de beleza ideal deveria combinar harmonia e equilíbrio, valorizando as medidas proporcionais. Isso valia também para as artes e arquitetura.

O culto ao corpo entre os jovens previa que fossem fortes para serem soldados ou atletas. Os exercícios físicos também eram comuns entre as mulheres, que evitavam o bronzeado, por não ser considerado belo.

Na Idade Média, sob influências da cultura judaica e cristã, as representações de nu e culto ao corpo dão lugar ao recato. Especialmente o corpo feminino era considerado como tentador e o conceito de belo estava conectado ao divino, ao plano espiritual, às virtudes morais.

Assim, por questões morais, as vestimentas deveriam ser longas e esconder o corpo atrás dos trajes volumosos. Imperfeições físicas do corpo eram consideradas ligadas às da alma (resultadas de pecado). E para serem consideradas belas, as mulheres medievais deveriam seguir a figura da Virgem Maria.

Já no Renascimento, os textos dos pensadores greco-romanos abandonados durante a Idade Média foram redescobertos, retomando os padrões e conceitos da Antiguidade Clássica, voltando a valorizar o corpo feminino.

O modelo de beleza do Renascimento valorizava mulheres mais cheinhas, de ancas largas e seios generosos – o que se manteria até o final do século XVIII. Apesar dos vestidos volumosos, a cintura deveria ser marcada pelo uso do espartilho e era permitido que o decote mostrasse um pouco dos ombros.

Passando para os Anos 20 o conceito de belo exalta o corpo feminino cilíndrico: cintura, seios e quadris deveriam ter medidas parecidas. Para isso, as mulheres disfarçavam as curvas usando vestidos retos e até mesmo enrolavam faixas sobre os seios para achatá-los, como a personagem Catarina, vivida por Adriana Esteves na novela ‘O Cravo e a Rosa’ (Rede Globo).

Na era da mulher emancipada, que sai de casa para trabalhar, começou-se a adotar o visual de cabelos curtos.

A silhueta curvilínea, no estilo violão, foi o padrão nos anos 1950. Após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), a maquiagem ganhou maior relevância no dia a dia das mulheres, sob a influência de divas como a atriz Marilyn Monroe, que fazia o estilo pele pálida, lábios realçados e olhos com muito delineador.

Na década de 1960, as balanças para pesar o corpo se massificaram no Brasil e as pessoas adquiriram o hábito de se pesar em farmácias. Antes disso elas não sabiam seu próprio peso, não sabiam se usavam 38 ou 42, quem sabia isso eram as costureiras e os alfaiates.

No fim dos anos 80 e durante o início dos 90 as supermodelos passaram a ditar os padrões de beleza. Altas, magras, com curvas na medida certa e um visual saudável era o ideal de corpo nessa época.

Outro atributo valorizado eram os seios. Diferente dos anos 20, em vez de tentarem disfarçá-los, as mulheres começaram a buscar por silicone. Além disso, o padrão das supermodelos se intensificou ainda mais e ultrapassou o limite do saudável ao levar para a passarela modelos exageradamente magras. A anorexia e bulimia foram trazidas à discussão, principalmente pela sua incidência crescente entre as adolescentes.

Na atualidade, em face das mudanças tecnológicas e comportamentais que se apresentaram no início deste século, a beleza está relacionada ao momento de luta por maior visibilidade e representatividade – em todas as esferas da sociedade. Nesse cenário, ganha força a celebração da beleza em todas as suas formas. Estamos cada vez mais percebendo que a beleza é plural e que ela pode ser conquistada com atitude, estado de espírito e outros atributos que não têm nada a ver com a aparência física.

Hoje, o termo beleza evoca uma versatilidade e flexibilidade muito maior do que no passado. Um exemplo banal e simples é a possibilidade de tingir o cabelo de várias cores. A ideia de ser loira, morena ou ruiva não é o que define a beleza. Não é mais objeto de debate se você gosta de loira ou morena, como já foi.

Percebe que o conceito de beleza se modifica o tempo todo?

Isso acontece porque a beleza é relativa. Sua expressão e sua compreensão são modificadas dependendo do seu contexto e do seu local. Portanto, cada grupo sociocultural desenvolve sua perspectiva de beleza.

O problema acontece quando há valorização e imposição de um determinado padrão, tomando aquilo que não foi eleito como algo menor ou inferior, levando a questionamentos, reprodução de preconceitos e estereótipos.

Quando o padrão serve como inspiração para mudança ou preparação de hábitos que levam ao bem-estar, ele se torna positivo. Talvez a grande questão esteja em admirar o belo, reconhecer diferenças e construir o bem.

 

SEM REGRAS PARA A BELEZA

 

Peso entre 50 a 55 kg, 1.70 de altura no mínimo. Pele clara, levemente bronzeada pelo sol de praia. Cabelos longos e lisos, com nuances loiras. Barriga chapada e músculos tonificados. Nada de estrias, nem celulite ou flacidez. Boca carnuda e rosto fino, com aspecto angelical, exalando uma juventude eterna.

É este reflexo que você vê no espelho ou estamos descrevendo uma modelo na capa de revista?

Padrões elevados como este levaram e ainda levam muitas mulheres a se odiarem e ter sérios problemas de autoestima. A cada geração um novo belo surge e as mulheres que não se enquadram ficam no limbo.

Durante anos a televisão e o cinema ajudaram a construir a ideia de um padrão de beleza ideal. Hoje, esses veículos abrem espaço para as rede sociais, que ajudam a reforçar a exaltação de padrões estéticos e a busca pela imagem perfeita. No entanto, elas também amplificaram as vozes que buscam representatividade e propõem questionamentos.

No início dos anos 2000, surgiram as modelos plus size, mulheres com medidas que extrapolam os rígidos padrões do mundo da moda, tornando-se um segmento que fatura bilhões por ano.

A modelo Winnie Harlow, também vem quebrando paradigmas no mundo da moda e tornou-se um símbolo de inclusão. Chamada de “zebra” e outros apelidos cruéis durante a infância, a modelo, tem vitiligo, doença que causa a perda gradativa da pigmentação da pele, gerando manchas pelo corpo. Descoberta a mais de cinco anos, ela já posou para editoriais de grifes como Diesel e Dior.

Em 2004, a Dove, marca da Unilever, lançou o conceito “Campanha pela Real Beleza”. Desde então, o posicionamento contra a imposição de estereótipos de beleza vem gerando campanhas divulgadas em todo o mundo, que ganharam diversos prêmios.

Em 2015, linhas de metrôs e ônibus de Nova York ganharam imagens de garotas de etnias, cabelos, pesos e estilos diferentes, ao lado da frase “Eu sou uma garota e sou bonita do meu jeito”. A ação de marketing, criada pela prefeitura da cidade, era voltada às meninas de 7 a 12 anos, com o objetivo de promover a autoestima das pré-adolescentes.

Estamos mudando a forma de pensar o conceito de belo. Por isso, veja baixo tudo que um dia já foi errado no mundo da beleza e que hoje não é mais:

 

1 – Olho tudo, boca nada

O “mandamento” que dizia ser necessário escolher apenas um ponto do rosto para receber uma maquiagem mais marcante caiu por terra. Maquiagens compostas por sombras escuras, como preto, marrom e azul marinho, esfumadas nos olhos e batom vermelho ou roxo estão presentes nas passarelas e no tapete vermelho.

 

2 –  Unhas dos pés e mãos combinando

O mesmo esmalte que foi aplicado nas mãos não precisa ser usado nos pés. Aliás, com o nail art e a “filha única” nem mesmo em todos os dedos da mão é usada a mesma tonalidade. Vale contrastar cores opostas e combinar cores semelhantes.

 

3 –  ‘Senhoras’ não podem usar batom vermelho

Quando o assunto são regras, a idade sempre será um ponto crítico. “Senhoras não podem usar batom vermelho, ter cabelo comprido, precisam pintar os fios brancos. ” Só se for as senhoras do passado. Ao menos que a pessoa tenha esse ranço e não se sinta bem, essas normas não existem mais.

 

4 – A raiz do cabelo deve ser sempre retocada

Muitas pessoas que tingiam os cabelos de uma cor diferente do natural já viveram a obsessão do retoque da raiz. Atualmente, é comum os cabeleireiros planejarem que o estilo de tintura do cabelo tenha “uma raiz”, que pode ser mais aparente ou mais discreta.

 

5 – Corte e tamanho certo do cabelo

Sabemos que essa história de corte e tamanho do cabelo certo ou errado é uma das regrinhas de beleza que já não existem mais. Homens de cabelos longos e mulheres de cabelos curtos e vice-versa! Sim, tudo é permitido. Por isso, existe hoje tantas opções de cortes e estilos. Tudo pode variar de acordo com a personalidade, gosto ou momento de cada um.

6 – Só pode usar brilho em festas e à noite

Toda mulher nasceu para brilhar! Batons cremosos, sombras com luminosidade, esmaltes cintilantes, roupas com pedraria… O que não faltam são opções e combinações ideais para cada ocasião e, claro, para o seu estilo. Solte a sua imaginação e não tenha medo de ousar!

 

7 – A cor da sobrancelha deve ser a mesma dos cabelos

Por muito tempo acreditava-se que a cor das madeixas devia ser a mesma da sobrancelha. Hoje é possível ver cabelos coloridos e sobrancelhas naturais em perfeita harmonia. Tudo depende do seu gosto e seu estilo.

 

8 – Mulheres de cabelo enrolado ou acima dos 30 não devem cortar franja

Ter franja não diz nada sobre sua maturidade ou tipo de cabelo. Das cacheadas às lisinhas, das crianças às mulheres maduras, o que importa é se sentir bem e cuidar para que os fios estejam hidratados e brilhosos.

 

9 – Corpo ideal

Desde 1980 incorporou-se uma “ditadura” de que apenas mulheres com o corpo magro eram bonitas. Felizmente, essa conversa furada está indo por água abaixo.

Milhares de mulheres estão assumindo o seu corpo e diversas marcas de roupas estão investindo no modelo puls size. Além disso, as modelos gordinhas já estão estrelando diversas campanhas para grandes marcas de roupas e revistas.

 

10 – Não pode ter estrias e celulites

Quantas vezes você foi ensinada que o corpo ideal não poderia ter estria ou celulite? E que essas cicatrizes e furinhos são desprezíveis.

Papo furado! Sabemos que as artistas que estampam as capas de revista e campanhas publicitárias passam por grandes transformações em programas de edição.

Com a valorização da beleza natural, milhares de mulheres, inclusive grandes artistas estão assumindo o seu corpo e exibindo nas redes sociais cicatrizes e furinhos que sempre fizeram parte do corpo da mulher.

Não há certo ou errado quando se trata de beleza, o importante é se sentir bonita.

No final das contas, não importa se você é alta, pequena, gorda, magra, tem estrias, celulite. A beleza sempre foi e sempre será relativa. Não existe regras de beleza! Existe VOCÊ! Única e com características, cor e forma que só você possui!

O importante é aprender que precisa se amar em primeiro lugar, afinal, bonita é ser você mesma.

E viva a liberdade de escolha e uma vida sem padrão e regras de beleza.

 

 

Veja também “FORMULAÇÃO DE ESMALTES”

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