Tudo o que Precisa Saber Sobre Repelentes

Quem nunca acordou no meio da noite com o zumbido irritante de um mosquito  no ouvido? Ou então, acordou de manhã cheio de picadas, que depois não paravam de coçar? Apesar da sua maior incidência ser em épocas quentes e de muita chuva, em países tropicais como o Brasil, é importante ficar atento contra a possibilidade de sermos picados em qualquer época do ano. E uma das principais formas de nos prevenirmos contra os mosquitos é através do uso de repelentes. Portanto, entenda mais sobre os repelentes, seus ativos e ação na pele. Confira!

A picada do mosquito não traz apenas o desconforto da reação alérgica, edema e vermelhidão local, mas também o risco de diversas doenças. E doenças provocadas por picadas de mosquitos são frequentes no Brasil, causando danos irreversíveis e até a morte, devido a adaptação dos mosquitos, como o Aedes aegypti, ao ambiente urbano das cidades.

O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor do vírus que causa a dengue, febre chinkungunya, zica e febre amarela. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que essa espécie de mosquito causou 50 milhões de infecções e 25.000 mortes em 2016, além de casos de zica vírus, com quase 4.000 de casos reportados desde outubro de 2015, bem como sua associação a microcefalia.

Os seres humanos são infectados pela picada das fêmeas, que se infectam ao sugar o sangue de pessoas infectadas. O vírus infecta o intestino dos mosquitos fêmeas e então se estende para as glândulas salivares em um período entre 8 e 12 dias. Após esse período de incubação, o mosquito pode transmitir o vírus para as pessoas picá-las com o fim exploratório ou para se alimentar.

Sendo o Brasil um país tropical e propicio a infestação de mosquitos que se alimentam de sangue, a eliminação dos insetos transmissores de doenças, das matas e florestas que circundam as cidades, é praticamente impossível. Dessa forma o combate é feito pela eliminação de criadouros nos centros urbanos. Mas sabemos que essa estratégia não é muito eficiente e ocasionalmente ocorre ciclos de epidemias devido ao aumento de infestação do mosquito.

Logo, para se prevenir das picadas, além de reduzir ao máximo possível os criadouros, recomenda-se a utilização de telas nas janelas das casas e uso de repelentes de insetos. Continue lendo e entenda melhor sobre os repelentes tópicos.

 

TUDO O QUE PRECISA SABER SOBRE REPELENTES

Ação 

Os insetos usam odores para sua navegação. Existem várias substâncias naturais e de origem sintética que fornecem mensagens aos insetos e fazem com que se afastem da pele tratada, roupas e dos cabelos. O efeito é chamado de “efeito repelente”.

Assim, os repelentes atuam formando uma camada de vapor acima da pele, que tem odor repulsivo para os insetos, que desvia seu percurso impedindo o contato da pessoa com o hospedeiro.

 

Ativos

Os produtos repelentes são substâncias químicas naturais ou sintéticas, oleosas e voláteis, que ao serem aplicados sobre a roupa ou a pele, evitam o pouso do mosquito e, consequentemente, sua picada.

 

*Ativos Repelentes Sintéticos

Existem basicamente três substâncias que têm ação cientificamente comprovada  contra o mosquito. São elas:

 

1 – DEET 

É um líquido oleoso, volátil, ligeiramente amarelado a temperatura ambiente, sendo o repelente mais efetivo e utilizado desde a década de 50. É moderadamente solúvel em éter de petróleo, insolúvel em água e muito solúvel em álcool.

Usado em concentração de 6-14%, com tempo de duração de duas horas, o DEET apesar do baixo custo é o mais tóxico entre os repelentes.  Pode causar danos as fibras sintéticas de roupas, plásticos e acrílicos.

Não é recomendado aplicar o ativo diretamente na pele, pois dá a sensação de oleosidade intensa e pode ser absorvido pela pele devido ao seu baixo peso molecular. Portanto, deve ser evitado por gestantes e recém-nascidos com menos de 6 meses.

 

2 – BAPE

É uma substância orgânica oleosa líquida, volátil e pouco solúvel em água, embora seja solúvel em solventes orgânicos. É ativo contra mosquitos, moscas, carrapatos, piolhos, vespas e abelhas.

O mecanismo de ação do BAPE está ligado diretamente a sua volatilidade, formando uma barreira de vapor que impede o contato dos insetos com a pele por causa do seu odor desagradável para eles.

É inodoro para seres humanos, transparente e de baixa toxicidade. Seu efeito repelente é observado em concentrações entre 10-30% e em concentrações de 12,5% pode ser utilizado em crianças acima de 6 meses e gestantes

Não é recomendado aplicar a substância pura sobre a pele por ser oleoso e por apresentar baixo peso molecular, podendo permear a pele, o que não é desejado.

 

3 – Icaridina

O Icaridina ou KBR 023 é um óleo volátil e pouco solúvel em água. Esse repelente atua sobre mosquitos, moscas, abelhas, carrapatos e pulgas.

A concentração de ação varia de 5-20%, no intervalo de 6 a 8 horas e seu uso pode causar irritação nos olhos e na pele, em pessoas sensíveis, entretanto, é menos tóxico e melhor tolerado do que o DEET. Além disso, o repelente é inodoro, pouco oleoso e não causa degradação de plástico e acrílico, porém pode descolorir materiais e vestimentas a base de couro animal.

 

*Ativos Repelentes Naturais

A utilização de produtos naturais extraídos de plantas de forma sustentável tem atraído o interesse da população brasileira e mundial.

As plantas possuem um sistema de defesa contra insetos predadores baseado na produção de óleos essenciais que são voláteis e liberados quando elas sofrem agressão. Muitos óleos essenciais possuem baixa toxicidade e atuam como repelente de insetos.

Contudo, o uso de repelentes a base de óleos essenciais é limitado por causa da sua rápida volatização e do seu curto tempo de ação. Alguns usuários reclamam de odor forte que permanece no decorrer do tempo de sua ação repelente.

Os óleos essenciais mais utilizados como repelentes são eucalipto-limão, citronela, hortelã-pimenta, manjericão e andiroba. Atualmente, o óleo de neem proveniente de uma planta indiana, tem sido utilizado como repelente de insetos no Brasil.  Entenda mais sobre os três principais:

 

1- Óleo de Eucalipto-Limão

O óleo essencial de eucalipto-limão apresenta citronelal, que é um dos principais ativos naturais mais utilizados na repelência de insetos. Apresenta tempo de ação curto devido a sua rápida volatilização, necessitando de múltiplas aplicações.

Não deve ser aplicado em crianças menores do que 3 anos.

 

2- Óleo de Citronela

O óleo essencial de citronela apresenta os constituintes citronelal, citronelol, geraniol, citral e limoneno e tem atividade repelente de insetos comparável a do DEET.

Possui baixa toxicidade, porém devido a rápida evaporação do óleo essencial de citronela, tem curto tempo de duração necessitando de múltiplas aplicações. Em concentração de 1,8% dura até 2 horas.

 

3- Neem

Tem forte ação repelente e vem sendo utilizada como uma alternativa ao DEET. O extrato de neem não pode ser aplicado diretamente na pele, por ter ação irritante, portanto deve ser incorporado a formulações cosméticas para aplicação tópica e assim reduzir a irritabilidade da pele.

 

Eficácia

Para um repelente ser eficaz é necessário que o mesmo afaste o maior número de insetos simultaneamente por oito horas, seja atóxico, não irrite a pele imediatamente após sua aplicação sobre ela ou sobre vestimentas, seja inodoro para o ser humano e insuportável para os mosquitos e ter resistência a abrasão e a água.

Além disso, o produto repelente não deve afetar a roupa manchando-a, branqueando-a ou perfurando-a, deixar resíduos oleosos na pele, permear a pele e entrar na corrente sanguínea, e ser agressivo ao meio ambiente.

Contudo, devemos nos atentar a alguns fatores que diminuem a eficácia dos repelentes, como presença de inflamações e alergia na pele, ingestão de álcool, vestimentas coloridas ou escuras (cores escuras atrai os mosquitos), umidade, calor e perfumes florais, entre outros. Sendo assim, é importante ressaltar que o repelente não protege igualmente todos os seus usuários. Cada 10°C a mais na temperatura ambiente pode diminuir em até 50% a eficiência do repelente.

 

Formas

Os cosméticos repelentes podem ser apresentados na forma de loções, cremes e géis, As loções são aplicadas em áreas mais extensas do corpo com dispositivos spray ou aerosol. Os cremes e géis que são mais viscosos, são adequados para serem aplicados em áreas específicas como braços, mãos, pescoço e rosto.

 

Uso

O uso de repelentes m crianças menores de 6 meses é contraindicado. Em crianças entre 6 e 24 meses, deve ser usado apenas em situações de risco. Já em crianças de 2 a 12 anos devem usar produtos de preferência com a especificação para esta idade.

Durante a noite, o uso de repelentes se mostra inútil, pois o lençol ou cobertor anulam sua ação. Também não adianta passar repelente e colocar roupa por cima, mas ele pode ser usado por cima da roupa.

 

* Orientações de Uso

– Passar uma quantidade suficiente para cobrir a pele. Evitar o uso em quaisquer mucosas (nariz, lábios e olhos), pois são irritantes.

– Distribuir bem o produto.

– Repetir o uso conforme a orientação do fabricante e evitar usar mais que 3 vezes ao dia.

– Quando houver a necessidade de usar filtro solar ou hidratante, o repelente deve ser o último a ser usado.

– Em crianças de 6 meses a 2 anos usar apenas 1 vez ao dia. Crianças de 2 a 12 anos e grávidas, aplicar até 3 vezes ao dia.

– Os pais devem passar o repelente nas crianças e não permitir que elas manipulem o produto. As grávidas devem seguir os mesmos cuidados e orientações das crianças.

– Após o termino do tempo de duração do repelente, a pele deve ser lavada com água e sabão.

– Lave sempre as mãos após manipular os repelentes. Não durma com repelente.

 

 

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