Fabricantes, vendedores e consumidores costumam chamar de perfume qualquer mistura de óleos aromáticos, fragrâncias e fixadores dissolvidos com o objetivo de fazer quem usa cheirar bem. Mas existe uma classificação técnica das famílias olfativas que obedecem a uma genealogia. Confira!
Um perfume, tecnicamente, representa uma mistura de substâncias, sejam elas naturais ou sintéticas, diluídas em álcool. A arte da perfumaria pode ser comparada à arte da música, que recebe em sua classificação nomenclaturas da musicalidade. Na perfumaria moderna, cada fragrância passa a ser classificada de acordo com a sua “nota” e, suas misturas, recebem o nome de “harmonia”.
Com isso, cada perfume tem uma sinfonia aromática que segue um ritmo olfativo, com elementos em equilíbrio e combinados entre si. A diferença da música com a perfumaria, entretanto, está na preparação de suas notas. Enquanto a primeira é expressa graficamente com símbolos, a segunda é sentida através do ar pelas notas de saída (altas), de corpo (médias) e de fundo (básicas).
Embora a definição de um perfume possa ser individual, ou seja, cada pessoa tem seu conceito particular do que é doce, amargo, fresco, amadeirado, floral, verde, cítrico, existem normas internacionais que tem como função analisar os perfumes tecnicamente e classificá-los em famílias olfativas.
Cada família olfativa é composta de certas características comuns e também apresenta subclasses que obedecem a genealogia. Portanto, continue lendo e entenda mais sobre a genealogia dos perfumes.
GENEALOGIA DOS PERFUMES
Genealogia, palavra de origem grega, significa: genos (origem) e logos (ciência). Por definição, genealogia é a lista dos membros de uma família, a ciência que tem por objetivo a pesquisa das origens e estuda a composição da família.
A genealogia dos perfumes é, por consequência, o estudo dos perfumes através do tempo. É dividida em feminina e masculina e classificada em famílias e subfamílias, como as pessoas, com seus nomes e sobrenomes.
As genealogias são interpretações criadas por grupo de pessoas/empresas, por isso pode-se encontrar diferentes estruturas, com pequenas variações, mas todas as interpretações foram ou são baseadas num tronco comum, numa realidade coletiva, reflexo da história e da evolução econômica-social- cultural-geográfica-política. Por esse motivo, diz-se que a perfumaria está em constante evolução.
Esta é a razão pela qual cada Casa de Perfumaria tem suas genealogias próprias e, dependendo das características de cada mercado, pode-se encontrar genealogias adaptadas, como é o caso da perfumaria brasileira.
Portanto, quando o perfumista cria um perfume alcoólico é como se construísse uma história em volta de uma família. Essa história seria o acorde principal.
Existem famílias femininas e masculinas. Cada família é dividida em subfamílias:
As famílias internacionais clássicas e modernas da perfumaria alcoólica são:
O mercado brasileiro possui certas particularidades e, por esse motivo, as seguintes famílias podem ser consideradas como as principais:
É válido ressaltar ainda que:
1 – As famílias clássicas são consequências do Velho Mundo. Temas muitas vezes difíceis de serem entendidos. Fougère significa samambaia; Chypre é o nome de uma ilha… É só estudando mesmo é que se consegue entender!
2 – As famílias, como as subfamílias, não são estáticas, ocorre uma evolução através o tempo.
O que faz aparecer novas famílias e novas subfamílias?
O próprio mercado, por meio de novas criações. É mais fácil serem criadas e reconhecidas novas subfamílias, ou seja, novas facetas (toques/notas) presentes em novos perfumes. Algumas dessas novas facetas poderão com o tempo se tornar famílias principais, como foi o caso da madeira (o primeiro perfume masculino com essa característica foi lançado há aproximadamente uma década e atualmente, após vários lançamentos – com as mesmas características -, a “subfamília” madeira foi promovida à “família”).
Portanto, uma nova família só nasce quando tem vários descendentes, quando passa do modismo à aceitação, ou seja, quando o consumidor recompra tais produtos por diversas vezes, garantindo o sucesso da família.
3 – Na genealogia feminina brasileira, lavanda, musc e fougère são consideradas famílias. Na perfumaria internacional, fougère é uma família somente masculina.
Mas, percebeu-se que as brasileiras gostam e usam produtos masculinos. A resposta foi adaptar a genealogia clássica aos desejos brasileiros e construir uma genealogia especifica para o Brasil!
4 – Geralmente, quando falamos em genealogia, nos referimos à perfumaria alcoólica, mas cada segmento pode ser mapeado. E por segmento também temos pluralidades:
As genealogias são montadas para explicar, entender e interpretar o mercado. Interpretar é dar um sentido às coisas (um significado e um fim), com certa liberdade de pensamento. E, assim, podemos dizer que o entendimento tem um “fim”, ele acaba no momento em que entendemos o sentido das coisas.
A interpretação pode gerar discussões infinitas, pois depende da intuição de cada um, mas ela será sempre uma aposta que você terá que defender.
FALANDO PERFUMÊS
Conheça o significado de alguns termos bastante usados em perfumaria.
ACORDE: É uma combinação de diferentes matérias-primas que se misturam para criar a fragrância.
AMBERGRIS: É um dos mais lendários elementos da perfumaria, já foi um dos mais caros também. É um tipo de secreção biliar que algumas espécies de baleias, como o cachalote, expelem e que chega à praia. Apesar do cheiro desagradável, quando diluído em álcool confere complexidade e melhor fixação aos perfumes. Atualmente, foi substituído por um componente sintético.
COMPONENTES DA FRAGRÂNCIA: Na perfumaria, é o mesmo que os ingredientes que se misturam para dar vida a um perfume. Em média, um perfume tem de 30 a 50 componentes. Já não é incomum encontrar perfumes com mais de 300 ingredientes em sua composição.
ESSÊNCIA ABSOLUTA: É a versão mais pura e concentrada dos óleos essenciais de flores e plantas aromáticas, extraída com álcool ou outros solventes, e usada na fabricação de perfumes.
FAMÍLIAS OLFATIVAS: São sete, com variadas subdivisões. Confira as características principais de cada uma:
NOTA: Expressão usada para destacar um componente único presente no perfume, como a bergamota, a lavanda…
PIRÂMIDE OLFATIVA: As matérias-primas usadas em um perfume têm vida útil distintas, e a pirâmide olfativa classifica o tempo de evaporação dos compostos. As notas cítricas, por exemplo, ficam no topo da pirâmide, por serem mais voláteis. As notas no meio da pirâmide têm evaporação média e as notas de fundo, madeiras, resinas e almíscar, são as mais duradouras.
Veja também “ANTIPERSPIRANTES: IMPRESCINDÍVEIS NO CONTROLE DO SUOR E MAUS ODORES”.
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