PROTETOR SOLAR: CADA VEZ MAIS IMPORTANTE PARA A SAÚDE DA PELE

Criado em 1944, pelo farmacêutico americano Benjamin Greene, o filtro solar foi inventado para proteger os soldados nos campos de batalha na Segunda Guerra Mundial dos raios solares. Desde então, os filtros evoluíram até o que conhecemos hoje para proteger a pele de queimaduras incômodas e câncer de pele.

Portanto, entenda sobre a radiação solar, os tipos de protetores solar, como ele protege a nossa pele e sua importância para a saúde, bem como tendências e critérios necessários para formular protetores solar. Confira!

Mas antes precisamos entender o que é a radiação solar.

A radiação solar é a energia emitida pelo sol, na forma de ondas eletromagnéticas. É fonte de energia para o planeta, além de ser responsável pelo seu aquecimento e fundamental para a determinação do clima na Terra.

Dessa forma, a emissão solar é uma mistura de radiações com diferentes comprimentos de onda. Temos três frações principais:

 

 

Luz Visível: Contém 42% da energia da emissão solar. A visão humana pode perceber, pois pode ser decomposta em radiações de cores distintas que vão do violeta ao vermelho.

Radiação Ultravioleta: Representa 9% da energia total. Tem menor comprimento de onda que a luz visível e não pode ser percebida pelas pessoas. Pode provocar a ruptura de certas ligações químicas, levando à desorganização das moléculas.

Radiação Infravermelha: Equivale a 49% da energia emitida pelo Sol. Também não é percebida pelo ser humano. Tem pouca energia e só produz agitação térmica, isto é, esquenta os corpos a ela expostos.

A radiação solar é filtrada pela atmosfera, que deixa passar certos comprimentos de onda, reflete ou retém outros.

 

PROTETOR SOLAR: CADA VEZ MAIS IMPORTANTE PARA A SAÚDE DA PELE

 

O Brasil ocupa a terceira posição no mercado mundial de proteção solar, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, além de ter uma das maiores incidências solares global, com mais de 90% do território localizado entre o equador e o Trópico de Capricórnio.

No entanto, apesar do país apresentar um clima quente e úmido, com elevada exposição ao sol, e maior predisposição ao câncer de pele, o uso de protetor solar ainda não é um hábito diário da maior parte da população brasileira.

Apesar do ser humano possuir mecanismos naturais para a proteção da radiação solar, como o espessamento da camada córnea, produção de ácido urocrânico e produção de melanina, ainda precisamos nos proteger contra o excesso de radiação UV, nos prevenindo dos prejuízos que pode causar.

Além do risco de câncer de pele, não usar protetor solar diariamente e de forma correta, pode acarretar outros problemas quando aliado a fatores como a radiação UV e a fatores externos, como estresse, poluição e fumo, acelerando o processo de envelhecimento, ao comprometer as camadas: epiderme e derme da pele.

Embora as camadas externas da pele sejam constantemente renovadas, os danos causados à pele pela excessiva exposição solar são cumulativos, ou seja, vão se somando desde a infância. Podendo ocasionar efeitos fisiológicos diferenciados na pele:

 

 

Mesmo nos tempos atuais, com o crescimento do trabalho home office, é necessário o uso de protetor solar para proteção do “envelhecimento digital”. Na era da comunicação, a luz azul emitida pelos aparelhos eletrônicos traz grande preocupação, pois, a luz visível pode promover, a médio e longo prazo, manchas e degeneração do DNA.

Por isso, é de extrema importância evitar os horários de maior incidência solar e seguir as recomendações do fabricante sobre a aplicação e reaplicação do protetor solar para manter a pele saudável.

É importante ressaltar que a exposição em excesso a radiação ultravioleta é maléfica, mas a exposição controlada aos raios UV são benéficos a saúde, proporcionando o estimulo a produção de vitamina D, além de ter ação bactericida e fungicida, bem como ajuda no tratamento de algumas doenças como a psoríase e vitiligo, por exemplo.

 

COMO O PROTETOR SOLAR PROTEGE A NOSSA PELE?

 

Vimos que a nossa pele precisa ser protegida contra a radiação solar excessiva. Mas como isso ocorre?

Através de substancias contidas nos protetores que são absorventes ou refletores da luz UV. Sua concentração em formulações fica em torno de 2,5%, enquanto seu efeito protetor depende da espessura final do filme seco.

Os absorventes de luz UV mais utilizados atualmente, são:

 

Benzofenonas: São os absorventes clássicos, de eficiência média, baratos e difícil de dissolver na formulação do filtro solar. Possui moderada absorção nas regiões UVA e UVB.

Benzotriazóis: São os mais usados; oferece amplo espectro de absorção, cobrindo toda a faixa UVA e UVB, atuando não só como absorvedor, mas também como refletor e dispersor da luz UV. É insolúvel nas maiorias dos solventes.

Triazinas: São os absorvedores de UV mais recentes, mais eficazes e mais caros.

Oxalanilidas: Bloqueiam radiação UVB, mas deixam passar a radiação UVA, portanto podem ser usados em cremes bronzeadores e esmaltes do tipo resinas.

Para fins cosméticos, são utilizados ativos que atenuam o impacto da radiação solar sobre a pele, mas sem perder sua aparência natural, ou seja, ativos incolores, tais como:

 

Ácido sulfônico da cânfora (TDSA).

Metoxidibenzoilmetano (BMD).

 

Ambos filtram na região UVA e UVB, porém o TDSA só absorve uma pequena parte da região UVA, sendo muito utilizado em protetores que prometem um bronzeamento saudável. Já o BMD é utilizado em produtos que prometem cobrir toda a região da radiação UV.

 

Derivados da benzofenona

Derivados do ácido cinâmico (cinamatos)

 

São filtros baratos com excelente absorção UVB, mas baixa absorção UVA.

Derivados do ácido salicílico (salicilatos)

Oferecem boa proteção contra UV-B, são seguros e de fácil manipulação.

Oxibenzona

Bisimidazilatos

 

 PROTETOR SOLAR: TIPOS, FATOR FPS E PPD

 

A categoria de proteção solar compreende protetores solares para o corpo, face, lábios, autobronzeadores e produtos pós sol. Podem ser produzidos nas formas de emulsão, óleos, géis, sticks, mousses ou aerossóis.

 

 

Atualmente, as categorias de proteção solar e de cuidado da pele vêm trabalhando para atender a demanda do consumidor com produtos voltados a proteção contra a radiação solar, poluição e a luz visível.

Assim, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas para ampliar os benefícios e proteção oferecidos a pele, tais como protetores com cor, com diferentes níveis de cobertura e variedade de tons, para atender a diversidade brasileira. Bem como protetores com bases galênicas, hibridização entre suncare e skincare, com texturas e acabamentos diversificados, superfluidas e de baixa viscosidade, sendo incorporados na rotina de beleza da brasileira ao poder ser usado com outros produtos para a pele.

Também estão em alta protetores solares com textura aquosa, sérum, enriquecidos com vitamina C, extratos botânicos e óleos naturais, toque aveludado e que espalhem facilmente, e ofereçam um resultado delicado e com cobertura natural.

 

 

A sigla FPS significa de Fator de Proteção Solar e indica quantas vezes mais tempo a pessoa poderá ficar exposta ao sol sem ocasionar coloração avermelhada da pele.  Por exemplo, o FPS 15 protege a pele por um tempo 15 vezes maior do que se ela estivesse exposta ao sol sem nenhuma forma de proteção.

No Brasil, o Fator de Proteção Solar é determinado por um número que varia de 2 a 100.

Dessa forma, ela mede a proteção contra os raios UVB, responsáveis pela queimadura solar, mas não medem a proteção contra os raios UV-A. Quando vemos em um produto indicando o FPS, esta informação se refere à proteção contra raios UVB e não UVA.

Para saber se possui proteção contra UVA é utilizado a sigla  PPDPersistentPigmentDarkening – tradução livre – escurecimento persistente dos pigmentos. A conceituação é feita através de cruzes, em que o produto de maior proteção contém 3 cruzes (+++), ou por estrelas.  Portanto, fique atento e utilize produtos que contenham ambas proteções.

 

FORMULANDO PROTETORES SOLAR

 

Para desenvolver protetores solares é necessário estabelecer alguns critérios para a seleção das matérias-primas, para conseguir o aproveitamento máximo e obter um produto adequado dentro dos parâmetros de eficácia, inocuidade, relação risco/benefício e aceitação do consumidor.

No Brasil, os produtos para proteção solar são classificados como grau de risco 2. Dessa forma, no processo de formulação é essencial realizar várias avaliações de estabilidade para que o protetor seja eficaz até o termino do prazo estimado para sua validade. Para determinar a espalhabilidade e a aplicabilidade do produto é necessária uma avaliação da distribuição do tamanho das partículas na formulação e a espessura do filme que forma sobre a pele.

Em seguida, é preciso determinar o valor do FPS e avaliar a resistência a água. O valor do FPS depende dos tipos e quantidades de filtros solares presentes na formulação, mas o aumento do FPS não ocorre de forma linear em relação ao aumento da concentração do filtro. Ele é determinado pela razão entre o tempo de exposição à radiação UV necessário para produzir vermelhidão na pele protegida pelo protetor solar e o tempo para que seja alcançado o mesmo efeito com a pele desprotegida.

O valor mínimo de FPS é 6 e a proteção contra os raios UVA tem de ser de, ao menos, um terço do valor do FPS declarado. O método para determinação do FPS atualmente é descrito pela norma ISSO 24444.

Fique atento, pois o tipo de veículo, a uniformidade e a espessura do filme depositado sobre a pele podem alterar o valor do FPS da substância protetora ativa. Portanto, a escolha do veículo certo ao qual o filtro solar será incorporado é muito importante.

Além disso, toda alegação descrita no rótulo deve ser comprovada por meio de metodologias definidas na RDC nº 609/2022.

 

Veja também “CERAMIDAS NA NOSSA PELE E EM PRODUTOS COSMÉTICOS”.

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