ESCOVA ORGÂNICA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O PROLISS 100

Provavelmente você já ouviu falar em escova orgânica ou realinhamento térmico ProLiss 100. Mas, qual seria a diferença entre escova progressiva e escova orgânica? E o que seria o ProLiss 100? Essa técnica de alisamento ainda gera muitos questionamentos sobre sua atuação nos cabelos, por isso, iremos esclarecer as principais dúvidas sobre esse assunto. Confira!

 

 

Os produtos para alisamento das fibras capilares vêm crescendo exponencialmente e novos métodos e ativos estão sempre surgindo para modificar a estrutura química dos fios e diminuir o volume.

Nos anos 1950 era muito utilizado o hidróxido de sódio para alisar permanentemente os cabelos. Nos anos 1960 o henê era o alisante capilar da vez, mas o alisamento era lento e muitas vezes incompatível com outras químicas.

Nos anos 1970 o tioglicolato de amônia promovia a quebra das pontes de cistína, promovendo assim o alisamento, mas não era recomendado para alguns tipos de cabelos. Já nos anos 1980 utilizava-se o hidróxido de lítio para alisar os fios. O alisamento era mais lento e mais suave, comparado ao hidróxido de sódio e não tão versátil quanto o hidróxido de cálcio.

Nos anos 1990 passou-se a usar a guanidina, substância de pH alcalino, que penetra no córtex para promover o alisamento, mas não era recomendado utilizar em cabelos porosos e extradanificados. Nos anos 2000 surge o formol como alisante capilar, popularmente conhecido como escova progressiva, mas seu uso foi proibido pela Anvisa em 2005.

E atualmente muito se fala sobre a escova orgânica a base de aminoácidos da queratina e carbosisteína, também conhecido como  escova orgânica ProLiss 100 ou realinhamento térmico ProLiss 100.

Mas o que seria uma escova orgânica?

A escova orgânica é um tipo de escova progressiva, porém possui menos agentes químicos, oferece benefícios como hidratação e um aspecto mais natural aos fios.

De modo geral, a tecnologia desse tipo de alisamento conta com aminoácidos e proteínas para garantir o efeito alinhado dos fios, prometendo um resultado bastante semelhante às outras técnicas.

O termo “orgânico” é utilizado porque seus ativos principais que alisam os fios são ácidos orgânicos. Dessa forma, uma das principais diferenças de uma escova orgânica para uma escova progressiva é a ausência de formol, além disso o formol sela os fios somente por fora, e a escova orgânica age de dentro para fora, tratando o cabelo.

IMPORTANTE: Não podemos esquecer que ainda se usa muito a palavra “escova progressiva” para denominar um produto de alisamento capilar a base de ácido, mesmo que ele não contenha formol. Como por exemplo, vemos muito no mercado produtos descritos como “Escova Progressiva Sem Formol”, “Escova Progressiva Ácido Lático”, “Escova Progressiva Ácido Glioxilico”, entre outras, que são na verdade escovas ácidas orgânicas.

 

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O PROLISS 100

 

1 – O QUE É PROLISS 100?

O ProLiss 100 é um ativo potente para o termorealinhamento capilar baseada no sinergismo – na junção equilibrada – de duas aminas ácidas, o glioxiloil carbocisteína e glioxiliol aminoácidos da queratina que permite alteração gradual e progressiva da estrutura de todos os tipos de cabelos, tornando-os perfeitamente lisos, com volume reduzido, fibra capilar alinhada, livre de frizz e muito brilho.

 

 

INCI: Glyoxyloyl Carbocysteine (and) Glyoxyloyl Keratin Aminoacids (and) Water),

Nome Químico:  Oxoacetamida Carbocisteína, Aminoácidos de Oxoacetamida

Outros Nomes: Aminoácidos glioxiloil queratina; Oxoacetamide Carbocysteine (and) Oxoacetamide Amino Acids (and) Water; ProLiss 100

Aspecto: Líquido transparente a levemente opalescente

Cor: Amarelo a castanho escuro

Densidade: (20°C): 1,270 – 1,370

pH (sol. 20%): 1,0 – 2,0

 

2 –O PROLISS 100 TEM ÁCIDO GLIOXÍLICO?

O glioxiloil carbocisteína e o glioxiliol aminoácidos da queratina são derivados de uma reação entre o ácido glioxílico e aminoácidos da queratina e carbocisteína, que formam essas duas moléculas que também podem ser conhecidas como oxoacetamida de carbocisteína e oxoacetamida de aminoácidos da queratina. Então o ácido glioxilico está associado a essas substâncias.

Fonte: AQIA Química Industrial.

 

Glyoxyloyl Keratin Aminoacids – Derivado de uma reação entre ácido glioxílico e aminoácidos da queratina.
Glyoxyloyl Carbocysteine – Derivado de uma reação entre ácido glioxílico e carbocisteína.

O que temos que ter em mente é que a carboscisteína é um derivado do aminoácido L-cisteína, que faz parte da fibra capilar e compõem a queratina natural dos fios. Ela garante maior fortalecimento dos fios, maior vitalidade, protege a vibra capilar e retém água, diminuindo o ressecamento dos fios.

Porém, ela sozinha não alisa os fios. Na verdade, quando um produto alisante diz ser a base de carbocisteína, podemos ver no rótulo descrito como glioxiloil carbocisteína, que é uma molécula que junta o ácido glioxílico com a carboscisteína, e aí sim, ela consegue quebrar a ligação dissulfídica – uma das principais ligações para manter a resistência e a forma da haste capilar- de forma simétrica e provocar a mudança estrutural dos fios no interior da fibra capilar.

Então, relembrando, por si só, a carbocisteína não modifica os fios, por isso é comum sua associação com o ácido glioxilico.

 

3 – PROLISS 100 FAZ MAL À SAÚDE? ELE LIBERA FORMOL?

Fonte: AQIA Química Industrial.

Não. Estudos e testes com o Proliss 100 em diferentes situações, comprovaram que se trata de uma substância que não apresenta formol em sua composição e portanto não libera formol em temperatura ambiente (25°C), a 150 °C, 200 °C e a 230°C (que foram as temperaturas testadas); não causa reação dérmica ou sistêmica; não é fototóxico, ou seja, a substância não se torna tóxica na presença de luz, principalmente luz solar; não cancerígena, não irritante e moderadamente irritante aos olhos, sendo, portanto, um produto que não contém substâncias que, em sua concentração, sejam consideradas perigosas para a saúde, sendo 100% seguro e eficaz.

Dessa forma, a tecnologia Proliss 100, é um ativo seguro e não prejudicial à saúde, que foi especialmente desenvolvido para ser uma alternativa segura ao uso de substâncias proibidas como o formol e o glutaral ou altamente prejudiciais a fibra capilar como os alisamentos com hidróxido guanidina e os tioglicolatos em geral.

 

4- QUAIS OS BENEFÍCIOS DO PROLISS 100?

ProLiss 100 possui proteínas hidrolisadas que devido ao seu baixo peso molecular, penetra mais facilmente na fibra capilar através das cutículas, proporcionando mais brilho, restauração, condicionamento, força e resistência às fibras que já podem estar danificados por processos químicos.

 

Dessa forma, a tecnologia do ProLiss® 100 proporciona:

 

Excelente ação antifrizz

Redução do volume dos fios rebeldes

Alteração gradual e progressiva da estrutura de todos os tipos de cabelos

Movimento natural aos fios

Brilho

Maciez

Sedosidade

Efeito liso natural

5 – COMO O PROLISS 100 AGE NOS CABELOS? ELE ALISA MESMO?

Bem, a fibra capilar é composta basicamente por proteínas, lipídios, água, pigmentos e resíduos. E principalmente por uma proteína, a queratina, polímero de alta massa molar que forma longas cadeias de aminoácidos (AA) unidas por meio de diversos tipos de interações.

É possível observar diversas interações intermoleculares nos cabelos, como ligações de hidrogênio, dissulfeto (-S-S-), hidrofóbicas que existem na presença de água, de Van der Waals e iônicas (ligação salina).

Fonte: Goshiyama, Alessandra Mari (2019).
Esquema representando as ligações químicas presentes no cabelo: (1) Ligações hidrofóbicas; (2) Ligação de hidrogênio (3) Ponte salina ou ligação iônica (4) Ligação dissulfeto (5) Ligação peptídica.

 

As ligações de hidrogênio são as mais numerosas no cabelo, apesar de relativamente fracas e facilmente rompidas pela água. Entretanto são essenciais para estabilidade da estrutura organizacional das proteínas presentes nos cabelos.

Esquema da ligação de hidrogênio entre dois aminoácidos (Tirosina)
Fonte: Goshiyama, Alessandra Mari (2019).

 

Outro tipo de ligação presente no cabelo são as ligações de dissulfeto (-S-S-), presentes nos aminoácidos cisteínas, que são ricos em enxofre (S), uma das principais ligações para manter a resistência e a forma da haste capilar.

Reação de oxi-redução da cisteína e a formação de cistina com a ligação dissulfeto
Fonte: Goshiyama, Alessandra Mari (2019).

Portanto, como podemos ver, as ligações intermoleculares presentes nos fios são responsáveis pela forma do cabelo e estabilidade estrutural da queratina, consequentemente, pela resistência mecânica e formato da haste capilar.

E os procedimentos de alisamento atuam nestas ligações, alterando as propriedades dos cabelos. Assim, através de uma reação química são quebradas as ligações dissulfídicas do cabelo e rearranjadas de forma que os cabelos não retornam a sua conformação original quando em contato com a água.

Dessa forma, o ProLiss 100 permite o enfraquecimento das ligações de hidrogênio e ligações salinas do cabelo, assim como permite a interconvenção, ou seja, o rearranjo ou realinhamento das ligações de dissulfeto da superfície da fibra capilar.

Assim, o processo de alisamento ocorre pela imersão do cabelo no meio ácido, que provoca alterações químicas significativas na estrutura dos aminoácidos dentro do córtex e na cutícula capilar, e que associados a técnica de escovação e ao calor de 200°C e no máximo 230°C da prancha térmica (chapinha), origina uma estrutura biopolimerizada de característica hidrofóbica, conferindo o efeito de alisamento aos cabelos, ou seja, uma estrutura que resistente à umidade e que preserva o liso do fio ao longo do tempo.

 

Modelo teórico do mecanismo de ação do Pro Liss 100 Fonte: ION Tecnologia e Serviços

 

6 – TEM COMPATIBILIDADE COM OUTRAS QUÍMICAS?

Sim. O ProLiss 100 é compatível com todos os processos de transformação capilar podendo ser aplicado em cabelos que já tenham sofrido alisamento, coloração e/ou descoloração.

Mas, em todos os casos recomenda-se a realização de teste de mechas, inclusive na reaplicação, para antever possíveis reações alérgicas, a compatibilidade nos cabelos e ver se não haverá quebra, queda química ou enfraquecimento dos fios. Lembrando que o cabelo deve estar saudável e com elasticidade suficiente para aguentar o processo de escovação e prancha com o produto no cabelo, pois este fica mais pesado e pode vir a romper, caso não esteja saudável.

 

7 – O PROLISS  100 ALTERA A COR DOS CABELOS?

Pode alterar sim. O uso de prancha térmica a no mínimo 200°C, gera calor, ocasionando uma abertura na superfície da cutícula capilar.

Logo, caso o processo de coloração utilizado deposite os pigmentos na cutícula ou entre a cutícula e o córtex, ao usar o ProLiss 100 seguido de prancha térmica, poderá remover as moléculas coloridas depositadas fora do córtex capilar, provocando alterações na cor. Então o cabelo pode ficar desbotado ou amarelado.

 

8 – QUAIS OS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER NA APLICAÇÃO DO PROLISS 100?

Fazer o uso de luvas, óculos de proteção, respeitar a distância de 1,0 cm do couro cabeludo na aplicação do produto, pois trata-se de um produto ácido e, tanto o couro cabeludo quanto as mãos, estão em uma escala de pH diferente da que se encontra o produto.

Fazer o teste de mechas antes do uso do ProLiss 100, tanto para garantir um sucesso na aplicação do produto, como para assegurar que o cliente não tem alergia a nenhum componente químico do produto.

 

9 – PODE RELAXAR, ALISAR, COLORIR OU DESCOLORIR NO MESMO DIA DA APLICAÇÃO DO PROLISS 100?

Não é recomendado colorir, descolorir, alisar ou relaxar no mesmo dia. Pois esses procedimentos são de pH muito alcalinos e quando associados ao ProLiss 100 que tem um pH muito ácido, no mesmo dia, acabam danificando a fibra.

Portanto, o indicado é  aguardar um intervalo mínimo de 15 dias para, depois, proceder com outras químicas, pois isso fará com que o cabelo recupere sua vitalidade para passar por uma nova transformação.

 

10 – QUAL A DURABILIDADE DO PROLISS NOS FIOS?

A durabilidade fica em torno de 2 a 3 meses. Lembrando da importância da linha de manutenção para manter a saúde do fio.

 

11 – QUAL O TEMPO IDEAL PARA REAPLICAR O PROLISS 100?

Recomenda-se um prazo mínimo de 60 dias para que o ProLiss 100 seja reaplicado, porque como seu pH é ácido – em torno de 1,5 a 2,0, acontece o intumescimento da fibra – um inchaço da fibra capilar, fazendo com que fio necessite de um intervalo para que esteja totalmente estabilizado. Recomenda-se que, neste período, o cabelo seja submetido a tratamentos de hidratações, reconstruções e umectações para que se mantenha o movimento dos fios.

12 – O PROLISS 100 PODE SER UTILIZADO EM GESTANTES, LACTANTES E CRIANÇAS?

Segundo a ANVISA nenhum tipo de formulação que confira alisamento nos fios deve ser aplicado no cabelo de crianças, gestantes e lactantes.

Porém, casos gestantes, lactantes e crianças acima de 13 anos, queiram utilizar o produto é recomendado que procurem seu médico e peçam autorização para o uso do mesmo.


Referência

Goshiyama, Alessandra Mari. Avaliação das propriedades das fibras capilares tratadas com alisante ácido com diferentes valores de pH. São Paulo, 2019. 101p.

UL Prospector ProLiss 100

AQIA Química Industrial. Literatura Técnica ProLiss 100 HAIR FIBER THERMAL RE-ALIGNMENT.

ION Tecnologia e Serviços. Literatura Técnica ProLiss 100 A Revolução da Transformação Capilar

 

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